Diocese de Coimbra
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A Diocese de Coimbra está localizada no centro de Portugal, no distrito de Coimbra e é composta por quatro regiões pastorais:

Região da Beira mar

Região Centro

Região Nordeste

Região Sul

ISET organiza um congresso sobre a vida e o tempo de S. Teotónio

- “Um homem, mesmo que seja um santo, tem sempre que ser situado na época em que viveu” – afirmou ao nosso jornal o Padre A. Jesus Ramos, director do ISET e professor de História da Igreja no mesmo Instituto.
 
Correio de Coimbra (C.C.) – O Instituto Superior de Estudos Teológicos (ISET) que já em Outubro passado, recordou a figura do beato João Paulo II, vai, em Fevereiro, realizar um congresso sobre São Teotónio. Alguma razão especial para isso?
A. Jesus Ramos (J.R.) – A razão principal é o facto de, este ano, precisamente a 18 de Fevereiro, se completarem 850 anos sobre a morte de São Teotónio, que foi um dos fundadores e o primeiro Prior do Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra. Além disso, trata-se do primeiro santo português, pois foi canonizado pelo arcebispo de Braga, logo um ano após a sua morte.

C.C. – O Congresso não vai apenas recordar a vida e obra desse primeiro santo português. Pelo menos a avaliar pelo programa…
J.R. – Um homem, mesmo que seja um santo, tem sempre que ser situado na época em que viveu. E São Teotónio viveu entre o final do século onze e a segunda metade do século doze. É contemporâneo, e foi amigo e conselheiro do nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques. De resto, no meu entender, o rei D. Afonso pode também ser contado como um dos quatro principais fundadores de Santa Cruz.
 
C.C. – E a Igreja vivia também um momento especial, pelo menos aqui em Portugal, Não é verdade?
J.R. – A nossa história nacional está intimamente ligada à história da Igreja. São Teotónio viveu numa época de transição entre os costumes litúrgicos moçárabes e a implementação da reforma gregoriana no nosso território. Por isso, a abrir o programa, teremos uma conferência sobre esse tema, a cargo do investigador Padre José Eduardo dos Reis Coutinho. E só depois disso, numa segunda palestra, será abordada, de mais perto, a figura de São Teotónio e dos outros fundadores do Mosteiro, especialmente, para além do já citado rei D. Afonso, o cónego frei Telo, que foi o grande mentor da ideia, e o futuro arcebispo de Braga, D. João Peculiar.
 
C.C. – Vamos também saber como rezavam e o que estudavam estes cónegos regrantes?
J.R. – Nem podia ser de outro modo. Uma comunidade monástica caracteriza-se pelo modo como reza, com louvor a Deus, e pelo aprofundamento que faz do mistério de Cristo, da Sagrada Escritura e das outras matérias teológicas. Foi nesse sentido que convidei o Prof. Doutor Saul António Gomes, que é um apaixonado por Santa Cruz, pelo seu cartório e, obviamente, pela sua liturgia, para nos traçar o retrato possível da vida litúrgica dos cónegos regrantes. Vamos ter oportunidade de aprender muitas coisas novas…

C.C. – E  depois a escola teológica…
J.R. – Tema imprescindível num congresso deste género. Santa Cruz teve, logo desde a sua fundação, a preocupação de preparar bem os seus cónegos. A escola de Santa Cruz ganhou fama. Não nos esqueçamos que foi nela que se preparou, intelectual e espiritualmente, Santo António de Lisboa a quem, anos depois, S. Francisco de Assis chamava “o meu teólogo”. E o Papa Gregório IX, que o canonizou a 30 de Maio de 1232, menos de um ano depois da sua morte, intitulou-o de “arca do Testamento”, por ser muito  grande o seu conhecimento das Sagradas Escrituras. Teremos oportunidade de aprender isto e muito mais na conferência que pedi ao Prof. Doutor Manuel Augusto Rodrigues.
 
C.C. – Um Congresso a não perder…
J.R. – Eu diria que sim. De resto o congresso realiza-se a um sábado, dia em que os cristãos e outros interessados nestas matérias estão mais disponíveis. E não nos esqueçamos que se integra num programa celebrativo mais vasto, de que nos falará, certamente no próximo número do “Correio”, o Padre Anselmo Gaspar, actual prior de Santa Cruz.

 

 

 

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Diocese de Coimbra rejubila de alegria com a ordenação de mais um padre e um diácono

JP Silva 7Talvez, há cinquenta anos, uma ordenação fosse um acontecimento vulgar. A cerimónia presidida pelo nosso Bispo D. Virgílio Antunes, concelebrada por D. Albino Cleto, Bispo Emérito e uma centena de sacerdotes não deixa ninguém indiferente. A Sé Nova encheu no passado Domingo à tarde de fiéis. As paróquias de S. Silvestre e de Ceira, de onde é natural o Padre João Pedro da Silva e o diácono permanente Jorge Dourado Vieira, respectivamente, fizeram-se representar em grande número.

 É uma diocese que esteve em festa numa celebração donde saiu um novo padre e um novo diácono permanente. Hoje qualquer ordenação comove a diocese e a faz rever-se em júbilo e esperança. É o desejo intenso do povo cristão, ansioso por mais sacerdotes, quando um número já razoável de paróquias e comunidades se sente sem pastor disponível para atender as suas necessidades religiosas, mormente a missa dominical.

Com um clero limitado e bastante envelhecido, um novo sacerdote traz confiança e derrama sobre o futuro um certo optimismo ainda que pequeno.
Comovido esteve também o nosso Bispo D. Virgílio Antunes que pela primeira vez ordenou um presbítero e um diácono permanente.
D. Virgílio Antunes começou a sua homilia por agradecer a Deus por lhe ter concedido mais dois colaboradores para a sua diocese e pediu oração constante para que sejam capazes de desempenhar as obrigações da missão que lhes é agora confiada.
“Quantos belos testemunhos de anúncio acolhido podiam narrar todos os que foram ungidos pelo Espírito Santo e enviados por Deus ao encontro do Seu Povo, diáconos, presbíteros, bispos, missionários, religiosos e religiosas, leigos nas mais variadas situações de vida!” destacou o prelado na sua homilia. “O dom de ser chamado e enviado por Deus é fonte de tanta alegria interior, por um lado, e de tanta consolação e auxílio aos irmãos, por outro” disse ao fazer um apelo aos jovens para que se deixem seduzir por Cristo, “incarnem a Sua entranhada misericórdia pela humanidade e se disponibilizem para acolher a vocação sacerdotal, que, com, toda a certeza, o Senhor pôs no coração de alguns aqui presentes (na celebração) ou dispersos por esta diocese de Coimbra”.
Ao dirigir-se aos que iam ser ordenados, D. Virgílio Antunes pediu que “caminhem em ordem à santidade de vida”. “A primeira vocação e obrigação que tendes é ser santos, assumir essa realidade invisível, mas real, que vos liga a Cristo, para que todo o vosso ser – espírito, alma e corpo – se conserve irrepreensível para a vinda de Nossa Senhor Jesus Cristo. Sois chamados a ser totalmente de Cristo, configurados com Ele, centrados n´Ele, tanto quando realizais as tarefas quotidianas de acordo com o vosso estado de vida, como quando rezais com a assembleia cristã, quando vos dedicais às tarefas de evangelização, à prática da caridade ou ao governo das comunidades que são confiadas à vossa solicitude”.
JP Silva-ordenacao
Por fim, D. Virgílio Antunes pediu ao novo padre e ao novo diácono que se recordem que foram chamados para servir o Senhor e o Seu Povo e não para serem servidos por eles ou para se servirem deles. “O caminho de Cristo é, sem dúvida, o da radicalidade e da entrega total e a Igreja de hoje precisa acima de tudo de homens munidos de uma fé forte, de um grande amor a Deus e aos Seu Povo, disponíveis para servir na verdade e na caridade”, realçou.
Ao celebrar o tempo do Advento, o Bispo de Coimbra pediu para seguirmos o exemplo de Maria. “Ela aponta sempre para Cristo, disponibiliza-se para em tudo ser a Serva do Senhor, e para que nela se cumpra a Sua palavra”, afirmou ao confiar as vocações da sua diocese.
Miguel Cotrim / Amicor