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Homilia para o 4.º Domingo da Quaresma-Ano B
Homilia para o 4.º Domingo da Quaresma-Ano B

 

Homilia para o 4.º Domingo da Quaresma - ANO B

1.ª leit. 2 Crónicas 36,14-16.19-23; Sl 136(137) 1-2.3.4-5.6

2.ª Leit. Ef 2,4-10;  Evangelho Jo 3,14-21

Os homens dos tempos antigos estavam convencidos de que Deus concedia as Suas bênçãos(saúde, bem-estar, riqueza, boas colheitas, família numerosa) àqueles que observassem os mandamentos, e que mandava desgraças a quem lhe desobedecesse. A Bíblia, no Antigo Testamento, reflecte um pouco esta mentalidade. E a primeira leitura de hoje diz-nos que muitos males aconteceram ao povo, por causa da infidelidade de Israel, dos chefes e dos sacerdotes. Deus amava o povo e mandava-lhe os seus profetas para reconduzirem o povo ao bom caminho, mas o povo continuou empenhado na maldade e até maltratou alguns desses mensageiros de Deus.

No fim de contas o que o autor bíblico nos diz é que, se queremos a felicidade e o bem não podemos viver uma vida de abandono de Deus.

A primeira leitura termina com uma notícia consoladora. Apesar da infidelidade do povo, Deus restitui a liberdade a todos. O amor de Deus não tem limites. Deus chama uma vez, chama duas vezes e chama muito mais vezes e sempre espera que nos voltemos para Ele. Da nossa parte só temos que nos voltar para Ele e arrependermo-nos das nossas más acções.

 “Deus que é rico em misericórdia, mostrou por nós um grande amor. Estando nós mortos, por causa das nossas culpas, ele deu-nos a vida por meio de Jesus Cristo. Foi por amor que vocês foram salvos”(Ef 2,4-5), diz-nos S. Paulo.

 “Foi por amor que nós fomos salvos, mediante a fé. Não fomos nós que conquistámos a salvação. Ela é um dom de Deus. Não foi obra nossa; portanto, ninguém se pode gabar disso. O que somos é obra de Deus. Ele criou-nos para que, em união com Cristo, praticássemos o bem, esse bem que o próprio Deus já tinha destinado para nós fazermos.(cf Ef. 8-10)

A salvação foi-nos, por isso, garantida por mérito de Cristo e da Sua paixão. Foi Jesus que, pela Sua paixão e morte, restabeleceu a ponte entre nós e Deus, ponte que tinha sido destruída pelo pecado. Ele é, por isso, o nosso grande pontífice. Mas a nós cabe a obrigação de passar por esta ponte para o Pai. Passar por Cristo para o Pai.

A vida do cristão tem em Cristo uma luz segura e um caminho para o Pai. Seguirmos esta Luz e este caminho é termos a certeza de que não nos vamos perder. “ Deus amou de tal modo a humanidade que lhe entregou o seu Filho único, para que todo aquele que acreditar no Filho de Deus não se perca, mas tenha a vida eterna.”( Jo 3,16)

Mas muitos estão condenados porque não querem seguir este caminho e esta luz. “ A condenação consiste nisto: Deus enviou a luz ao mundo, mas o mundo preferiu as trevas porque as suas obras eram más. Os que fazem o mal detestam a luz e fogem dela, para que as suas más obras não sejam descobertas. Mas os que praticam a verdade, aproximam-se da luz e assim mostram publicamente que as suas obras foram feitas segundo a vontade de Deus."(Jo 3,19-21)

As obras das trevas são as obras do pecado: a mentira, a ganância, a falsidade, a inveja, os adultérios, a má-língua, o roubo, o assassínio, as inimizades, e muitas outras. Quem faz essas obras anda em pecado e entrou no caminho da condenação.

O nosso caminho é o caminho da vida. É o caminho da Luz. É o caminho da Verdade. É o caminho de Jesus.

A Quaresma é um tempo favorável para escolhermos um caminho melhor para a nossa vida. Há certos comportamentos, certas palavras, certas atitudes que não dignas de um filho da luz. Por isso, deixemos essas obras e sigamos o caminho da Luz.

Lousã

P. Luís Pinho