Diz-nos o Apóstolo S. Paulo: «todos os que se deixam guiar pelo Espírito, esses é que são filhos de Deus».(Rm 8,14)

Que significa deixar-se guiar pelo Espírito?

Antes de tomar é tomar consciência da presença do Espírito Santo em nós desde o dia do nosso Baptismo. Sentir que Ele vive em nós, actua em nós e transforma-nos em verdadeiros filhos de Deus.

É sentir que o nosso corpo é sacrário do Espírito Santo, que a nossa alma é sacrário do Espírito Santo e que é n’Esse mesmo Espírito que somos filhos adoptivos de Deus. Somos filhos de Deus no Filho, porque Jesus incarnou a nossa natureza humana e fez-se nosso irmão restituindo-nos a filiação divina, pela graça do Espírito Santo dada pelo nosso Baptismo.

É por esse mesmo Espírito que reconhecemos o Pai e somos capazes de O invocar. É que o Espírito Santo vem em ajuda da nossa fraqueza, porque não sabemos o que devemos pedir nas nossas orações. É pelo Espírito que pedimos  a Deus o que Lhe agrada.

É pelo Espírito Santo que não nos deixamos escravizar pelo pecado, porque reconhecemos a liberdade a que fomos chamados pela graça divina.

Quem vive no pecado é escravo do pecado: adultério, prostituição,« impureza, devassidão,idolatria, feitiçaria, inimizades, contenda, ciúme, fúrias, ambições, discórdias, partidarismos,invejas, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a estas»  são pecado e escravizam as pessoas(Gl 5,19-21).

Diz-nos S. Paulo: «Irmãos, de facto, foi para a liberdade que vós fostes chamados. Só que não deveis deixar que essa liberdade se torne numa ocasião para os vossos apetites carnais. Pelo contrário: pelo amor, fazei-vos servos uns dos outros.»(Gl 5,13)

O Espírito Santo ajuda-nos a viver em «amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade,mansidão e auto-domínio»(Gl 5,22-23)

Ser Filho de Deus implica viver em união com o Espírito e fazendo as obras, que o Espírito que nos inspira que façamos. Essas obras é que dão testemunho de que somos filhos de Deus, assim como as obras que Jesus fazia davam testemunho de que Ele era o Filho de Deus.

Antes de o Senhor subir ao céu encarregou os discípulos de continuarem a Sua obra: « Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, baptizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado. E sabei que Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos»(Mt 18, 19-20).

Este mandamento encerra uma ordem e uma garantia: a ordem para fazer discípulos e a garantia de que não estavam sós: « Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos».

Celebrar a festa da Santíssima Trindade é celebrar esta presença amorosa  de Deus em nós através de Jesus, que nos acompanha sempre e do Espírito que vive em nós e não quer que o desgostemos com o pecado.

Celebrar a festa da Santíssima Trindade é celebrar a festa do amor de Deus em nós, é abrir-se constantemente ao sopro do Espírito Santo.

Celebrar a festa da Santíssima Trindade é reconhecer que há um único Deus e Senhor, Pai de todos, que se encontra em todos e actua em todos.

Esta festa é um convite a Adorar o Senhor, antes de mais no nosso coração, mas também com a nossa vida cumprindo todos os mandamentos. As leis do Senhor não são fardos, não são cargas, não são jugos, mas ajudam-nos a viver a nossa liberdade e sermos felizes amando-O acima de tudo e amando os nossos irmãos.

Celebrar a festa da Santíssima Trindade é reconhecer Deus  e meditar sobre as maravilhas do Seu poder na criação e no nosso coração. Reconhecer que só o Senhor é Deus e Pai de todos, Salvador de todos e nosso Santificador e que tanto no alto do céu como em baixo, sobre a terra não há outro.

Infelizmente no nosso tempo crescem as idolatrias, o culto a falsos deuses como horóscopos, adivinhos, curas milagrosas, bruxas, superstições, espiritismo, dinheiro, televisão, petróleo, sexo, política, libertinagem, etc. São os deuses do nosso tempo. Como cristãos devemos saber que não há outro Deus capaz de salvar a não ser Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, Filho de Deus.

Amemo-lo de todo o coração e ao próximo como a nós mesmos. Essa é a verdadeira fé e o verdadeiro AMOR.

Lousã,

P. Luís