LITURGIA
LITURGIA


A Liturgia

A Liturgia tem dois objectivos principais: um descendente e outro ascendente; ou, por outras palavras,  a santificação dos homens e a glória de Deus. “Com razão se considera a liturgia como o exercício da função sacerdotal de Cristo. Ela simboliza, através de sinais sensíveis e realiza em modo próprio de cada um deles, a  santificação dos homens; nela o  corpo místico de Jesus Cristo,  cabeça e membros, presta a Deus o culto público integral. Por isso, toda a celebração litúrgica, por ser obra de Cristo sacerdote e do seu Corpo, que é a Igreja, é acção sagrada por excelência, a cujo título e grau de eficácia nenhuma outra acção da Igreja se equipara”.[SC n.º7]

A constituição conciliar sobre a sagrada liturgia(SC n.º10)  chega a ponto de  afirmar a liturgia como fonte e cume de toda a acção da Igreja, já que dela jorra, como de uma fonte, toda a vitalidade da Igreja e para ela deve convergir tudo o que a Igreja realiza. “Impele os fiéis, saciados pelos mistérios pascais, a viverem unidos no amor; pede que sejam fiéis na vida a quanto receberam pela fé; e pela renovação, na Eucaristia, da aliança do Senhor com os homens, arrasta e inflama os fiéis na caridade urgente de Cristo. Da liturgia, pois, em especial da Eucaristia, corre sobre nós, como de uma fonte, a graça, e por meio dela conseguem os homens com total eficácia a santificação em Cristo e a glorificação de Deus, a quem se ordenam, como a seu fim, todas as outras obras da Igreja”.

Participar da liturgia é, pois, um óptimo meio de alcançar a santificação pessoal e de dar glória ao amor generoso de Deus. Quando o homem se aproxima de Deus no culto, ele quer não só prestar o reconhecimento devido a Deus, mas também comprovar a condescendência graciosa de Deus. A iniciativa está em Deus. Ele age por Cristo, que desce, antes de subir no Espírito, a nós, antes que lhe respondamos.

O SAGRADO MISTÉRIO DA EUCARISTIA

Instituição e natureza

O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até Ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade (36), banquete pascal em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é concedido o penhor da glória futura (37).

A participação dos fiéis deve ser activa e piedosa

É por isso que a Igreja procura, solícita e cuidadosa, que os cristãos não entrem neste mistério de fé como estranhos ou espectadores mudos, mas participem na acção sagrada, consciente, activa e piedosamente, por meio duma boa compreensão dos ritos e orações; sejam instruídos pela palavra de Deus; alimentem-se à mesa do Corpo do Senhor; dêem graças a Deus; aprendam a oferecer-se a si mesmos, ao oferecer juntamente com o sacerdote, que não só pelas mãos dele, a hóstia imaculada; que, dia após dia, por Cristo mediador , progridam na unidade com Deus e entre si, para que finalmente Deus seja tudo em todos.(SC n.º 47 e 48)

Domingo e festas do Senhor

Por tradição apostólica, que nasceu do próprio dia da Ressurreição de Cristo, a Igreja celebra o mistério pascal todos os oito dias, no dia que bem se denomina dia do Senhor ou domingo. Neste dia devem os fiéis reunir-se para participarem na Eucaristia e ouvirem a palavra de Deus, e assim recordarem a Paixão, Ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os »regenerou para uma esperança viva pela Ressurreição de Jesus Cristo de entre os mortos» (1 Pedr. 1,3). O domingo é, pois, o principal dia de festa a propor e inculcar no espírito dos fiéis; seja também o dia da alegria e do repouso. Não deve ser sacrificado a outras celebrações que não sejam de máxima importância, porque o domingo é o fundamento e o centro de todo o ano litúrgico.(SC n. º 106)

TEMPOS LITÚRGICOS

 

Tempo do Advento - O Tempo do Advento começa com as Vésperas I do domingo que ocorre no dia 30 de Novembro ou no mais próximo a este dia e termina antes das Vésperas I do Natal do Senhor (AC 40: EDREL 670).

Tempo do Natal -  O Tempo do Natal decorre desde as Vésperas I do Natal do Senhor até ao domingo depois da Epifania, isto é, até ao domingo a seguir ao dia 6 de Janeiro inclusive (AC 33: EDREL 663).

Tempo da Quaresma -  O Tempo da Quaresma decorre desde a Quarta-Feira de Cinzas até à Missa da Ceia do Senhor exclusive (AC 28: EDREL 658).

 

O Tríduo pascal -  O Tríduo pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor inicia-se com a Missa da Ceia do Senhor, tem o seu centro na Vigília Pascal e termina nas Vésperas do domingo da Ressurreição (AC 19: EDREL 649).

Tempo Pascal - Os cinquenta dias que se prolongam desde o domingo da Ressurreição até ao domingo do Pentecostes celebram-se na alegria e exultação como um único dia de festa, melhor, como «um grande Domingo» (AC 22: EDREL 652).
11. Os oito primeiros dias do Tempo Pascal constituem a Oitava da Páscoa e celebram-se como solenidades do Senhor (AC 24: EDREL 654).

Tempo Comum -  O Tempo Comum começa na Segunda-feira a seguir ao domingo que ocorre depois do dia 6 de Janeiro e prolonga-se até à Terça-‑feira antes da Quaresma inclusive; retoma-se na Segunda-feira a seguir ao Domingo do Pentecostes e termina antes das Vésperas I do Domingo I do Advento (AC 44: EDREL 674).

 

Perguntas pertinentes

 Pergunta:
O salmista deve cantar o salmo do ambão ou do seu lugar no coro, caso faça parte deste?


Resposta:
O lugar habitual donde o salmista deve cantar o salmo responsorial é o ambão. Porquê? Primeiro porque o texto do salmo é uma leitura da palavra de Deus, ainda que em verso, com a mesma dignidade das outras leituras em prosa, e estas devem proclamar-se do ambão [“Na celebração da Missa com o povo, as leituras proclamam-se sempre do ambão” (IGMR 58)]; segundo porque o ambão é um lugar elevado, donde o salmista pode ser visto em melhores condições por toda a assembleia; terceiro porque, regra geral, o ambão dispõe dos meios técnicos necessários (microfone, iluminação própria) para que o salmista possa ler sem dificuldade e seja bem escutado em todo o espaço celebrativo: “A dignidade da palavra de Deus requer que haja na igreja um lugar adequado para a sua proclamação e para o qual, durante a liturgia da palavra, convirja espontaneamente a atenção dos fiéis... Do ambão são proferidas unicamente as leituras, o salmo responsorial e o precónio pascal” (IGMR 309).
Mas será apenas do ambão que o salmista pode cantar o salmo responsorial? Feita assim a pergunta, a resposta terá de ser mais matizada, pois a Instrução geral diz, noutro lugar: “O salmista ou cantor do salmo, do ambão ou de outro sítio conveniente, recita os versículos do salmo” (IGMR 61). Apesar do ambão continuar a ser citado em primeiro lugar, a verdade é que se acrescenta, como alternativa, ou de outro sítio conveniente. Que outro sítio conveniente será este? Talvez o coro, caso o salmista faça parte dele. Mesmo em tal caso, porém, julgo preferível que o salmista se desloque do coro para o ambão. Assim o tenho visto fazer em Fátima, nos Encontros Nacionais de Pastoral Litúrgica, promovidos pelo Secretariado Nacional de Liturgia, sempre que o salmista de determinada celebração está integrado no coro.

Um colaborador do SNL
(BPL 135-136)