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Homilia para o 31.º Domingo do Tempo Comum - ANO A
Homilia para o 31.º Domingo do Tempo Comum - ANO A

Homilia para o 31.º Domingo do tempo Comum Ano A

1.ª leitura: Malaquias 1,14b-2,2b.8-10;  Salmo Responsorial - 130

2.ª leitura:1 Tess 2,7b-9.13Evangelho:Mt 23,1-12

Uma das coisas piores que uma pessoa pode fazer é ser incoerente, isto é, dizer  e defender uma coisa e fazer outra bem diferente na vida do dia a dia. Já dizia o Papa Paulo VI que as pessoas actualmente acreditam mais nas testemunhas do que nos mestres e, se acreditam nos mestres é porque eles também dão bom testemunho.

É imprescindível que nós, uma vez que frequentamos a Igreja com frequência demos bom exemplo. Quantas pessoas já não se terão afastado pelo nosso mau procedimento! E quantos é que já caíram por nossa culpa!

No tempo de Jesus já havia pessoas, sobretudo os chefes religiosos, que impunham leis pesadas ao povo de Israel, mas eles não as cumpriam. Por isso Jesus os censurava duramente dizendo: “Vocês devem, por isso, observar tudo o que eles mandam, mas não devem seguir os seus exemplos. É que eles dizem uma coisa e fazem outra. Impõem leis difíceis de cumprir e obrigam os outros a suportá-las, mas eles próprios não fazem nada para as cumprir. Tudo o que fazem não passa de um espectáculo para os outros verem.”(Mt 23, 3-5)

E entre nós não haverá alguns que tudo o que fazem não passa de um espectáculo para os outros verem? Quantas pessoas deixariam de fazer certas coisas só porque não tinham ninguém para as aplaudir? Quanta gente anda agarrada aos títulos, ao prestígio, ao poder, aos privilégios e, muitos, fazem uso disso, por vezes, para ridicularizar os outros e desprezá-los.

A nossa sociedade está cheia de gente assim: arrogante, vaidosa que faz muita coisa só para dar nas vistas e muitos até gostam que os tratam por doutores e  mestres. A simplicidade e a humildade é coisa afastada da vida de muitos de nós.

Afinal o que é que aprendemos com o Senhor? Algum dia Ele fez as coisas por vaidade?

Algum dia Ele impôs aos outros uma coisa que Ele não fizesse?

Para Jesus, quem quiser ser grande tem de ser o primeiro a SERVIR. Grande é quem ajuda os outros. Grande é aquele que se sacrifica pelos outros. Foi isso que Ele ensinou: “ O maior entre vocês é que deve pôr-se ao serviço dos demais. Pois todo aquele que se engrandece, será humilhado, e todo o que se humilha será engrandecido."(Mt 23, 11-12)

Isto serve para os governantes, para os governados, para o Papa, para os Bispos e para os sacerdotes. Nenhuma destas pessoas pode ocupar esse cargo e desprezar os outros. A primeira leitura de hoje é bem clara acerca disto. Compara os bons sacerdotes de antigamente aos de agora:  “Eles ensinavam a verdade e não a falsidade; viviam em paz e justiça comigo e afastaram muitos do caminho do mal.  É dever dos sacerdotes serem instruídos, para que outros aprendam deles a conhecer a lei de Deus, pois são eles os mensageiros do Senhor todo-poderoso.” Porém, segundo nos revela a primeira leitura os sacerdotes” desviaram-se do bom caminho e fizeram tropeçar muita gente com os seus ensinamentos.” (cf. Mal 2,8-9) E o que se diz dos sacerdotes pode bem dizer-se de todos os que anunciam a Palavra de Deus, como os Catequistas, ministros da Comunhão e da Palavra, enfim, todos aqueles que são condutores ou educadores de alguém. Sobretudo, quando se trata de anunciar a Palavra de Deus temos de ter cuidado em anunciar o que Deus diz, e não o que nós queremos. Foi isto que fez sofrer os profetas e os Apóstolos. Quantas vezes lhes apetecia dizer coisas agradáveis ao povo, mas a Palavra de Deus era como um fogo que lhes ardia no peito e eles tinham de a anunciar doesse a quem doesse.

São Paulo afirma na segunda leitura de hoje que o comportamento dele foi “foi honesto, justo e irrepreensível. É que aqueles cristãos receberam a  pregação de São Paulo como mensagem de Deus. Pois não era simplesmente palavra de homens, mas era verdadeira Palavra de Deus”(cf 1 Tes 2,10-13).

Também nós, que ouvimos a Palavra de Deus, seremos mais coerentes se levarmos uma vida de acordo com essa mesma Palavra que aqui é proclamada e o mundo acreditará mais em nós.

Lousã,

P. Luís Pinho