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34.º Domingo do Tempo Comum-Cristo Rei
34.º Domingo do Tempo Comum-Cristo Rei

 

Homilia para o 34.º Domingo do Tempo Comum – ANO A - Solenidade de Cristo Rei

I Leitura

Salmo Resp.

II Leitura

Evangelho

Ez 34,11-12.15-17        

Sl 23,1-3.5-6. R. 1         

1 Cor 15,20-26a.28       

Mt 25,31-46

Em cada país há um governo que, por regra, nos deve servir governando com justiça e equidade. Por outro lado, a nossa obrigação é acatar as orientações que o governo vai dando, para que possamos viver em paz e em justiça para bem de todos.

Em cada casa e em cada empresa há também um governo a quem devemos obedecer, cumprindo o que nos mandam para bem de todos. E com frequência, quer em casa, quer nas empresas há ordens a cumprir que não são cumpridas e há trabalhos a fazer que não foram feitos. É evidente que quem mandou não ficará muito contente de as coisas não estarem feitas, conforme foi mandado.

Assim também na nossa vida cristã. O Senhor deixou-nos os mandamentos sendo principal o mandamento do amor e da misericórdia. Os mandamentos estão resumidos em dois que são: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.

Sucede, no entanto, que hoje cada vez mais não se põe em prática a lei do amor e da misericórdia, mas sim a lei da vingança  e a lei do “salve-se quem puder”. Muitas pessoas não consideram os outros como irmãos, iguais em dignidade, mas como objectos a explorar. E assim, muitas pessoas são exploradas na sua dignidade e nos seus direitos. Não há justiça, não há igualdade, não há perdão, não há tolerância, não há fraternidade, mas, podemos dizer, “um homem é lobo de outro homem”, uns devoram os outros, e sobretudo os grandes comem os pequenos. Não é essa a lei do Evangelho. Não é essa  a Lei de Cristo.

A Palavra de Deus, que acabamos de ouvir, é muito clara. Cristo é que é primeiro e o último. Cristo é que tem a soberania sobre todas as coisas. Quem quiser salvar-se tem de viver como Cristo viveu, amar como Ele amou, perdoar como Ele perdoou.  Todas as coisas e todas as pessoas lhe devem estar sujeitas se quiserem ser felizes neste mundo e no mundo que há-de vir:«Pois é necessário que Ele reine até que tenha colocado todos os inimigos debaixo dos seus pés.O último inimigo a ser destruído será a morte,pois Deus tudo submeteu debaixo dos pés dele»(1 Cor 15,25-27).

Quando Cristo vier para julgar os vivos e os mortos Ele virá governar com justiça e julgar com justiça. E o julgamento consistirá precisamente sobre a misericórdia. Para quem usou de misercórdia Jesus será cheio de amor e de perdão. Quem não usou de misericórdia, mas desprezou os outros explorando, matando roubando, enganando  ficará afastado do convívio com o Senhor, porque o Senhor identifica-se com qualquer pessoa. Por isso, tudo o que é feito aos outros, quer o bem, quer o mal, é feito ao próprio Cristo. Será isso que os justo vão ouvir: «Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo.Porque tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me,estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo.»(Mt 25, 24-36)

Quando Jesus estava a ser julgado, Pilatos perguntou-lhe:«Tu és o Rei dos judeus», Jesus respondeu. Sim, sou Rei, como dizes, mas o meu reino não é deste mundo. O Reino de Jesus é um reino, antes de mais, interior. Cada um de nós deve dar a Jesus um trono no coração para Ele reine na nossa vida. Se Ele reinar no nosso coração pensaremos mais n’Ele, trabalharemos mais para Ele e nunca nos envergonharemos d’Ele. Porque é que muito se envergonham de Cristo? Porque não O têm no seu coração, porque não o têm na família, porque não O tem na escola ou na empresa. Ele é que tem de reinar para que haja mais paz, mais amor, mais compreensão e mais felicidade.

Neste dia de Cristo Rei digamos ao Senhor: Vem, Senhor, ao meu coração. Eu quero que sejas o meu Rei e meu Senhor. Eu quero-te amar e servir para sempre. Ámen.

Lousã

P. Luís Pinho