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1.ª Epístola aos Coríntios
1.ª Epístola aos Coríntios

 

 

Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho

1 Cor 9,16-19.22-23       

 

É com esta frase que Paulo nos deixa perplexos. Que razão o leva a dizer isto: «Ai de mim se não anunciar o Evangelho»?

 

Efectivamente Paulo tem consciência que é Deus que o envia a anunciar a pregação da Palavra de Deus. A salvação é para todos. Ninguém está excluído e ele sente o dever de anunciar essa Boa nova a todos. Uma Boa nova de que ele foi encarregado por Deus. O Evangelho, que anuncia, não o recebeu de qualquer homem, mas foi Deus que o enviou. E, embora tenha o direito de que os fiéis o sustentem para ele ficar mais disponível, mesmo assim prescinde desse direito para ficar mais livre ainda.

A liberdade do Apóstolo

 

É esta liberdade para anunciar o Evangelho que ele apregoa. Na verdade está apaixonado por Cristo. E é Cristo que lhe dá este entusiasmo esta coragem, esta ousadia para enfrentar obstáculos, dificuldades, perseguições e até a morte. Ele sabe em quem acredita.

 

Esta liberdade leva-o a aproximar-se de qualquer pessoa seja quem for. Faz-se tudo para todos, servo de todos, escravo de todos, fraco com os fracos, pobre com os pobres para ganhar, ou melhor, para conquistar o maior número possível para Cristo.

 

Todos nós andamos na Igreja, mas não temos esta paixão do Apóstolo. Vivemos tranquilos e instalados nos nossos ritos, nas nossas festas, nas nossas tradições, mas falta-nos a “garra” dos apostolado a preocupação da missão. Vivemos tranquilos participando na Eucaristia e nas festas, mas falta-nos cumprir com aquele mandamento do Senhor: «Ide por todo o mundo anunciar o Evangelho». Todos os Apóstolos fizeram isso. Não ficaram instalados em Jerusalém, mas foram de terra anunciar a Palavra de Deus. Todos os outros que se lhe seguiram na missão fizeram o mesmo. Até os nossos antepassados, que andaram nas descobertas de novas terras, tiveram o cuidado de levar o Evangelho aos territórios onde chegaram: as ilhas de Açores e Madeira, os territórios de África e da Ásia e o Brasil ouviram o Evangelho e muitos se converteram graças à sua pregação.

 

O exemplo de Paulo

Paulo é um desafio para todos nós:

«Ai de mim se não anunciar o Evangelho», diz ele. Este era o verdadeiro motivo da sua persistência em continuar a anunciar a Palavra de Deus com coragem. Esta paixão apostólica que não o deixava, nem o deixava tranquilo enquanto não convertesse muita gente a Cristo. Ele queria ganhar as pessoas para Cristo a todo o custo. Custasse o que custasse fazia tudo para converter o maior número possível de pessoas. Por isso sofreu muito. Foi ele que o disse:

 

«São ministros de Cristo? - Falo a delirar - eu ainda mais: muito mais pelos trabalhos, muito mais pelas prisões, imensamente mais pelos açoites, muitas vezes em perigo de morte. Cinco vezes recebi dos Judeus os quarenta açoites menos um. Três vezes fui flagelado com vergastadas, uma vez apedrejado, três vezes naufraguei, e passei uma noite e um dia no alto mar. Viagens a pé sem conta, perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte dos meus irmãos de raça, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos da parte dos falsos irmãos! Trabalhos e duras fadigas, muitas noites sem dormir, fome e sede, frequentes jejuns, frio e nudez!»(2 Cor 11,23-27)

 

Como acabamos de ver Paulo sujeitou-se a muitos trabalhos e perseguições para anunciar a Palavra de Deus. Ele considerava essa missão como uma obrigação e é assim que todos devemos considerar. Ninguém é bom cristão se não for missionário, se não anunciar o Evangelho, se não fizer com que muitos se convertam e acreditem na Palavra de Deus.

A ação apostólica do Cristão

 

«Ai de mim se não anunciar o Evangelho»,deve dizer cada um de nós. Procuremos imitar Paulo. Deixemos o nosso comodismo e façamo-nos Apóstolos para conquistar muitos para Cristo. Começar em casa pelos filhos para que frequentem a Catequese ou a Igreja, pelo marido ou pela esposa para que ouçam a Palavra de Deus e se convertam e que cada um de nós seja uma testemunha viva do amor de Deus na vida do dia a dia.

 

Lousã, P. Luís Pinho

 

Ser imitador de Cristo

1 Cor 10, 31 – 11, 1

Esta perícopa(1 Cor 10, 31 – 11, 1) termina com a frase:«Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo». Paulo propõe-se a si mesmo como modelo aos cristãos, porque ele tem por modelo o próprio Cristo. O que ele pretende é que ninguém seja ocasião de pecado para os outros, mas antes de edificação e de salvação.

Afinal o que é ser imitador de Cristo?

1. Aceitar a vontade de Deus

.É fazer como Ele fez, que orientou toda a Sua vida pela vontade do Pai. Desde pequenino foi esta a Sua atitude fazer a vontade do Pai e até na hora da Paixão, quando previa o sofrimento, que se ia abater sobre Ele, pediu ao Pai: «Meu Pai, se este cálice não pode passar sem que Eu o beba, faça-se a tua vontade!»(Mt 26,42)

2. Viver a missão de Jesus

Além disso Jesus resumiu toda a Sua Vida a três Ações:

Orar, Evangelizar e Servir, ou seja, foi Sacerdote, Profeta e Rei.

A oração fazia parte do seu dia a dia. Muitas vezes retirava-se para lugares solitários em oração e isso impressionou os Apóstolos, a ponto de lhe pedirem: «Senhor ensina-nos a orar».(Lc 11,1) Foi então que lhes ensinou o Pai nosso.

A Evangelização foi também o que mais fez de terra em terra sempre com a preocupação de chegar a mais lugares para O ouvirem e ensinava com autoridade.

Por outro lado exercia um grande serviço aos irmãos doentes, tristes, abatidos. Para todos tinha a solução. Foi isso que nos ensinou quando, em Quinta feira Santa, lavou os pés aos discípulos dizendo: «dei-vos exemplo para que, assim como Eu fiz, vós façais também»(Jo 13,15).

Este é o nosso caminho sermos imitadores de Cristo em tudo o que dizemos e fazemos e que seja tudo para glória de Deus.

P. Luís Pinho