Eucaristia
Eucaristia

Como começou tudo

 
O DIA DO SENHOR
Depois do sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro. De repente, houve um grande terramoto: o Anjo do Senhor desceu do Céu e, aproximando-se, removeu a pedra do sepulcro e sentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago e a sua túnica branca como a neve. Os guardas começaram a tremer de medo e ficaram como mortos. O Anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo; sei que procurais Jesus, o Crucificado. Não está aqui: ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver o lugar onde jazia. E ide depressa dizer aos discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis'. Era o que tinha para vos dizer». As mulheres afastaram-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e grande alegria, e correram a levar a notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão». (Mt 28,1-10)
 
Em resumo
1.No primeiro dia da semana Jesus ressuscitou “segundo as Escrituras”.
2.A Ressurreição de Cristo realiza as profecias do Antigo Testamento. Cf. Catecismo da Igreja Católica(CIC §652)
Aparições de Cristo
As mulheres foram as primeiras mensageiras da Ressurreição de Cristo para os próprios apóstolos.
Foi a eles que Jesus apareceu em seguida, primeiro a Pedro, depois aos Doze.
Aparições de Cristo
É baseada no testemunho de Pedro que a comunidade exclama: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão“. Cf. (Lc 24,34).(CIC §641 )
 
Quem são as testemunhas da Ressurreição de Cristo
As "testemunhas da Ressurreição de Cristo" são, antes de tudo, Pedro e os Doze, mas não somente eles:
Paulo fala claramente de mais de quinhentas pessoas às quais Jesus apareceu de uma só vez, além de Tiago e de todos os apóstolos.
Foi a ressurreição de Cristo que se impôs aos Apóstolos:
  • A paixão e morte na cruz do Mestre tinha sido para eles uma tragédia.
  • Não creram de imediato na notícia da ressurreição.
  • Estavam abatidos, "com o rosto sombrio" (Lc 24,17) e assustados.
  • Não acreditaram nas santas mulheres que voltavam do sepulcro, e"as palavras delas pareceram-lhes desvario" (CIC §643 )
  • Quando Jesus se manifesta aos onze na tarde da Páscoa, "censura-lhes a incredulidade e a dureza de coração, porque não haviam dado crédito aos que tinham visto o Ressuscitado" (Mc 16,14).
  • Pensavam estar a ver um espírito. "Por causa da alegria, não podiam acreditar ainda e permaneciam perplexos" (Lc 24,41).
  • Jesus deixa-se tocar e come com eles.

A HUMANIDADE RESSUSCITADADE CRISTO

O  corpo ressuscitado é o mesmo que foi martirizado e crucificado, pois ainda traz as marcas de sua Paixão.
Mas o corpo glorioso tem propriedades novas: Já não está situado no espaço e no tempo, mas pode tornar-se presente a seu modo, onde e quando quiser . (CIC §645 )
 
Aspectos salvíficos  da  Ressurreição de Cristo
1. Pela Sua morte Jesus liberta-nos do pecado,
2. Pela Sua Ressurreição Ele abre-nos as portas de uma nova vida:Esta consiste na vitória sobre a morte do pecado e na nova participação na graça.(CIC §654 ) 
 
O primeiro dia da semana

O dia em que o Senhor ressuscitou, era o primeiro dia da semana.

Passou a chamar-se:Dies Dominica -  DIA DO SENHOR

                               DOMINGO -  O DIA DO SENHOR

O DIA DO SENHOR, O DOMINGO É o dia da ressurreição de Cristo.É ao mesmo tempo:

  • "o primeiro dia da semana", memorial do primeiro dia da criação,
  • e o "oitavo dia", em que Cristo, depois de seu "repouso" do grande sábado, inaugura o dia "que O Senhor fez", o “dia que não conhece ocaso”.
  • Devido à tradição apostólica que tem origem no próprio dia da ressurreição de Cristo.
  • O dia do Senhor, o dia da ressurreição, o dia dos cristãos, é o nosso dia. É por isso que ele se chama dia do Senhor. (CIC§1166 )
  • O DIA DO SENHOR - Para os cristãos, ele tornou-se o primeiro de todos os dias, a primeira de todas as festas, o dia do Senhor .(CIC §2174 )
  • O domingo é o dia por excelência da assembleia litúrgica, em que os fiéis se reúnem para, ouvir a Palavra de Deus e participar da Eucaristia.
O DIA DO SENHOR e o Memorial da Sua Paixão, Morte e Ressurreição
  • A Eucaristia memorial da morte e ressurreição do Senhor
  • A santa mãe Igreja julga seu dever celebrar com piedosa recordação em cada semana, no dia que ela passou a chamar 'dia do Senhor', a ressurreição do Senhor. (CIC §1163 )
 
A ORIGEM DA EUCARISTIA
O Senhor Jesus na noite em que era entregue, tomou pão e, tendo dado graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei isto em memória de mim».Do mesmo modo, depois da ceia, tomou o cálice e disse: «Este cálice é a nova Aliança no meu sangue; fazei isto sempre que o beberdes, em memória de mim.»1 Cor 11, 23-25)
 

Que significam as palavras de Jesus?

  R: Significam que: esta realidade que Eu tenho nas minhas mãos, e que antes era pão, agora é o meu Corpo; e, do mesmo modo, que este cálice, que tenho nas minhas mãos, e que antes continha vinho, agora contém o Meu sangue.

O pão e o vinho deixaram de existir, porque no seu lugar agora estão o Corpo e o Sangue de Jesus.


É uma  Presença real

  • Mantêm-se as aparências, ou espécies, do pão e do vinho. Isto é, vês a cor e sentes ainda o sabor do pão e do vinho. É assim com todas as aparências sensíveis. Mas, a realidade que está debaixo das aparências mudou radicalmente: antes era pão e vinho e agora é o Corpo  e o Sangue de Jesus.
  • O pão e o vinho já não estão presentes juntamente com o Corpo e o Sangue de Jesus. 
  • Jesus não disse: «Junto a este pão está o meu Corpo», mas disse: «Isto», quer dizer; esta realidade que tenho nas minhas mãos, «é o meu Corpo». Ou seja, não é outra coisa senão o meu Corpo. Portanto, o pão deixou de existir, já não está ali.
  • Não estão mais presentes pão o vinho porque se transformaram

A isto chamamos transubstanciação:

  • O pão tornou-se o Corpo de Jesus. E assim, também o vinho tornou-se o Sangue de Jesus.
  • Aconteceu uma mudança particular, que toma também um nome especial: «transubstanciação.», que significa passagem (trans) de uma substância(substantia) a outra.
  • Na Eucaristia, a cor e todas as aparências externas ficam inalteradas, mas muda a substância.
  • Esta mudança acontece quando o Sacerdote pronuncia as palavras da consagração. Quando o Sacerdote acaba de dizer: «Isto é o meu Corpo», o pão deixa de existir, e no seu lugar, está o Corpo do Senhor, e quando acaba de dizer: «Isto é o meu Sangue», o vinho deixa de existir, e no seu lugar está o Sangue do Senhor. 
  • Na Eucaristia a substância do pão e do vinho tornam-se o Corpo e o Sangue de Jesus, ficando inalterados as aparências do pão e do vinho.
  • Portanto, as dimensões da hóstia não mudam, e não mudam a cor, o odor e o sabor, pois todas estas coisas são acidentes ou espécies. Muda, pelo contrário, a substância. E o mesmo se pode dizer do vinho.
  • Esta mudança acontece quando o sacerdote pronuncia as palavras da consagração, Deus intervém com a sua omnipotência e realiza a mudança.
Nota: Se Deus criou do nada todas as coisas, não poderá mudar uma coisa numa outra?
 

Depois disso Jesus está no altar.Apesar de Jesus não deixar de estar no Céu  encontra-se realmente sob as espécies do pão e do vinho. Não é Jesus que muda, ou deixa o Céu, mas são o pão e o vinho que, pelo poder das palavras da consagração, se tornam o mesmo Jesus que está no Céu.

A Presença de Jesus continua após a Santa Missa

Acabada a Missa continua a presença real de Jesus no sacrário.Jesus está presente no Santíssimo Sacramento como está presente no Céu.No Santíssimo Sacramento está presente sob as espécies do pão e do vinho, e por isso não é visível aos nossos olhos. Quando recebemos a Hóstia Santa, Jesus está presente em nós até que as espécies eucarísticas não sejam assimiladas, e assim destruídas pelo nosso organismo.Jesus está também presente também  num pequeníssimo fragmento de hóstia por pequeno que seja.

Podemos receber a Sagrada Comunhão na boca ou na mão.Quando se parte a hóstia não se parte o corpo de Jesus, mas somente as espécies eucarísticas.Jesus está presente todo inteiro em cada uma das partes da hóstia consagrada. Por isso, mesmo que uma parte seja separada, esta contém Jesus todo inteiro.

A Eucaristia é um sacramento, porque realizado por Deus
Os sacramentos são sinais sensíveis (palavras e acções), acessíveis à nossa humanidade actual.
Realizam eficazmente a graça que significam em virtude da acção de Cristo e pelo poder do Espírito Santo  (Cat. Ig. Cat. § 1084)
 
A SANTA MISSA

1. A SANTA MISSA é  o sacrifício de Cristo

A Santa Missa é a Eucaristia considerada como sacrifício, porque é a oferta de uma vítima(Jesus) feita a Deus pelo Sacerdote, em nosso nome, como sinal da nossa submissão a Ele, e como acto de agradecimento, de expiação pelos nossos pecados e de petição de graças. A morte de Jesus na Cruz foi um sacrifício, porque Jesus Se ofereceu a Si próprio, como Vítima, em expiação pelos nossos pecados. Na Cruz, Jesus é o Sacerdote (isto é, aquele que oferece o sacrifício) e a Vítima (ou seja, aquilo que é oferecido). O sacrifício da Cruz é o sacrifício fundamental e central de toda a nossa religião cristã.

A Santa Missa serve justamente para nos tornar presente o sacrifício da Cruz. Aquele Sacrifício que aconteceu no Calvário em Jerusalém, há vinte séculos atrás torna-se misteriosamente presente aqui e agora, todas as vezes que se celebra a Santa Missa.

2. A SANTA MISSA é o memorial da Sua Paixão
 
Não só uma lembrança. Em cada vez que celebramos a Santa Missa, Jesus oferece - Se ainda ao Pai, tornando novamente presente a oferta feita por Ele sobre a Cruz. Assim, participando na Santa Missa nós recebemos o fruto da Paixão de Jesus. O sacrifício (cruento) da cruz é o mesmo sacrifício(incruento) que se cumpre na Santa Missa.
A Missa, que nos aplica os frutos da morte de Jesus na Cruz, é a coisa mais importante e mais bonita que existe sobre esta terra.

 3. A SANTA MISSA é a celebração da Ressurreição do Senhor

Na Missa celebra-se também a ressurreição porque, se Jesus não tivesse ressuscitado, não podia existir a Santa Missa. É Jesus que preside à Santa Missa. O sacerdote não diz: «Isto é o corpo de Jesus», mas diz «Isto é o meu Corpo»; e não diz «Isto é o sangue de Jesus», mas diz: «Isto é o Meu sangue». Isto significa que quem pronuncia realmente estas palavras é o próprio Jesus. É Jesus que consagra o pão e o vinho servindo-se do sacerdote que, por assim dizer, empresta a Jesus a sua boca e as suas mãos.
 
 
 
4. A SANTA MISSA é um sacramento de Piedade

Não somos apenas espectadores na Missa. Somos chamados a participar.O Sacerdote fala no plural: «Oferecemo-Vos o Seu Corpo  e o Seu Sangue»; «Damo-Vos graças porque nos admitistes à vossa presença Vos servir nestes santos mistérios», e assim por diante.  O «servir nestes santos mistérios», de que se fala aqui, não é o de consagrar o pão e o vinho, mas o de oferecer o Corpo e o Sangue de Jesus já consagrados.

Junto com o Corpo e o Sangue de Jesus nós somos todos convidados a oferecermo-nos também a nós mesmos. Devemos ser não só sacerdotes, mas também vítimas, em união com a Vitima divina, que é Jesus.

 
 5. NA SANTA MISSA a nossa alma enche-se de graça

A Eucaristia  é um sacramento, isto é,  um sinal sensível, instituído por Jesus Cristo, que confere a Graça divina.

 A graça é um dom maravilhoso de Deus, que torna a nossa alma resplandecente e luminosa com a própria luz de Deus. Assim como um ferro em brasa, mesmo permanecendo ferro, adquire certas propriedades do fogo, assim a nossa alma com a graça, embora permanecendo alma, isto é, permanecendo uma realidade criada, adquire propriedades divinas. 

A alma em graça é como um belíssimo diamante, resplandecente duma luz suavíssima.

A alma que perdeu a graça é como um diamante que perdeu toda a sua beleza e o seu brilho,  tornando-se parecido com as pedras do alcatrão.

 6. NA SANTA MISSA é nos dado um penhor da glória futura

A graça é-nos dada nesta vida, mas quando a alma deixa este mundo no momento da morte, a graça introduz na felicidade eterna do Paraíso. A graça é como uma semente que floresce na vida eterna do Céu.

 Como se recebe a graça de Deus?

A graça é-nos dada por Deus no sacramento do Baptismo. Se alguém a perde com o pecado mortal, pode recebê-la novamente com o sacramento da Penitência ou Confissão. Os pecados mortais mais frequentes são:

Falta à Missa ao domingo, ou nas festas de guarda,

Dar grandes desgostos aos pais,

Faltar à virtude da pureza ou castidade,

Cometer adultério

Fazer ou aprovar o aborto

Roubar qualquer coisa de certo valor;

Difamar e caluniar o próximo, prejudicando gravemente a sua boa fama e a sua honra.

 O que deve fazer quem cometeu um pecado mortal?

Quem, cometeu um pecado mortal deve arrepender-se imediatamente e pedir perdão a Deus, e procurar confessar-se o mais depressa possível. De qualquer modo, quem cometeu ainda que seja um só pecado mortal, não pode receber a Sagrada Comunhão antes de se ter confessado.

O que é que acontece se alguém comunga em pecado mortal?

R: Quem comunga em pecado mortal comete um gravíssimo pecado de sacrilégio.

  Como é que se recebe a Sagrada Comunhão?

R: A Sagrada Comunhão pode ser recebida na boca ou na palma da mão, desde que saiba como se deve fazer.

Deve-se pôr a mão esquerda com a palma aberta sobre a mão direita, deixar que o Sacerdote coloque a hóstia sobre a palma da mão esquerda e logo de seguida pegar respeitosamente na hóstia com o polegar e o indicador da mão direita e levá-la com devoção à boca. Se nos apercebermos que sobre a palma da mão ficou qualquer pequena migalha ou fragmento da hóstia, é preciso levá-lo cuidadosamente à boca.

O que se deve fazer depois da Sagrada comunhão?

Depois da Sagrada Comunhão, sabendo que em nós está presente verdadeiramente Jesus, devemos recolher-nos em profunda oração. Se não se faz uma pausa de silêncio para todos, mas a assembleia canta um cântico, é bom fazer uma pausa de silêncio pessoal depois da bênção final da Missa. O importante é estar recolhido e não se perder

 A Presença real de Jesus continua
 
Podemos então fazer adoração do Senhor na Eucaristia diante do sacrário, aberto ou fechado. Também lhe devemos prestar a nossa adoração nas procissões onde vai a Sagrada Custódia com o Santíssimo.
 

FIM